Sobre A SemeARTE:
Apaixonada pela literatura (a minha Arte), artes, história e educação, e do convívio com escritores, poetas, músicos, artistas, professores e historiadores, percebi que tão pouco conhecia deste rico universo, principalmente em se tratando dos realizadores e suas realizações, aqui de Curitiba e do Paraná. Senti-me ignorante ao não saber a historia do estado em que nasci, e atônita fiquei por perceber que não tive no período escolar, aulas sobre a historia do Paraná, por não fazer parte do conteúdo programático da grade curricular, seja no ensino fundamental ou médio.
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Impressionada com esta e outras bem vindas descobertas, mesmo que avassaladoras, resolvi alçar voos em direção ao conhecimento que desejava. Passei a frequentar respeitáveis e históricas Instituições Culturais e a estreitar o convívio, com todos aqueles que pudessem e se dispusessem a preencher as páginas em branco que a mim perturbavam - como posso entender o meu hoje sem esquadrinhar o ontem que me fez chegar até aqui? E se assim estava sendo, como poderia ousar formatar no meu agora os elementos que me levariam a um futuro sedimentado por bases sólidas?
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Desbravei caminhos e tive a sorte de, nos ambientes que passei a frequentar, estar circundada por pessoas do bem: intelectuais de primeira grandeza que não se furtaram a orientar os meus passos, amainar a minha miopia cultural e transferir o saber, muitas vezes do qual são testemunhas vivas.
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Constatei que a maioria dos paranaenses, nascidos na terra de todas as gentes, desconhecem a sua própria gente! Questionei: Como denotamos a identidade do Paraná?
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Determinei-me: O momento da mudança é o agora! Em lampejo vi clareado o meu chão e nele estava escrito: A Cultura é a Semente! Pensei na árvore que dá frutos. Plantei a minha. A batizei com o nome de SemeARTE e tomei para mim a responsabilidade de, como missão, passar a esparramar as sementinhas de conhecimento que recebia em profusão. A cada semente novas raízes. Nascia uma, e queria eu, fosse fecunda.
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Foi assim que reli a vida sobre os galhos ramificados e frondosos, no dendograma que inspirou o símbolo de SemeARTE.
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Aprender e repassar os ensinamentos que adquiria, passou a ser a meta da SemeARTE; porém, senti com o passar do tempo a necessidade de mais: precisava e queria apresentar para a população curitibana e paranaense os valorosos mestres, protagonistas da cultura do Paraná, seus nomes e as suas obras...são muitos, são tantos e tão poucos reconhecidos.
“SemeARTE" foi criada como desejo manifesto de semear a você e a tantos quanto impossível for, pois como bem afirma um dos ícones da cultura paranaense, a ilustre Acadêmica, ex-presidente da Academia Paranaense de Letras e presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura, Chloris Casagrande Justen: “O possível todos nós fazemos!"
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SemeARTE, utiliza-se agora da maior vitrine atual e mundial (a internet), para ser um Portal Cultural aberto àqueles que estiveram, estão e estarão a frente dos segmentos culturais literários, artísticos, históricos e educacionais, principalmente no que se refere ao Paraná.
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SemeARTE quer mostrar os nomes dos autores paranaenses e as suas obras à população do Paraná, e almeja com passos largos e determinados, ultrapassar nossas fronteiras, mostrando ao mundo o que exemplarmente, aqui se faz.
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O escritor Mario Vargas Llosa, em conferência proferida em 04 de outubro de 2010, sobre o tema “Breve discurso sobre a cultura”, afirmou:
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“A cultura pode ser experiência e reflexão, pensamento e sonho, paixão e poesia, e uma revisão crítica constante e profunda de todas as certezas, convicções, teorias e crenças. Mas não se pode apartar da vida real, da vida verdadeira, da vida vivida, que não é nunca a dos lugares-comuns, do artifício, do sofisma e da frivolidade, sem risco de desintegrar-se....”.
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Não justifico a concretização de um sonho. Permito-me continuar a acalentar os sonhos que talvez para muitos pareçam impossíveis, porque agora, na pequena dimensão desta realidade, firmo-me na crença de que, o desejo de espargir as boas sementes deste solo fértil não é muito, desde que você também sinta o desejo de ser semeado. Serás um possível, entre tantos impossíveis que transitam alheios pela seara lítero, artística, histórica e educacional Paranaense.
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Afinal, nascida orgulhosamente paranaense, transplantei como propósito para SemeARTE o poema Meu Paraná eu Faço de autoria do escritor e poeta curitibano Jamil Snege.
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Para isto, conte com o meu mais nobre anseio: SemeARTE!
Obrigada!
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Sobre Arriete Rangel de Abreu:
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- Natural da cidade de Castro – PR.
- Reside em Curitiba há 53 anos.
- Graduada em Licenciatura em Educação Artística pela Faculdade de Educação Musical do Estado do Paraná.
- Graduada em Administração – Gestão em Negócios pelas Faculdades Integradas Curitiba (UNICURITIBA).
- Escritora e poeta com participação em quinze antologias, matérias em jornais e exposições no Paraná, Brasil, Argentina e Portugal.
- Empreendedora e Promotora Cultural.
- Associada do Centro Paranaense Feminino de Cultura;
- Associada e membro da diretoria da Academia de Cultura de Curitiba – ACCUR;
- Associada e membro da diretoria do Centro de Letras do Paraná;
- Observadora pela SemeARTE Cultura, do Observatório da Cultura Paranaense - OCP;
- Membro da Associação Paranaense de Imprensa - API, e
- Membro da Liga da Defesa Nacional/Paraná - LDN-PR
- Membro da subcomissão do Mecenato Subsidiado da Fundação Cultural de Curitiba pela 4ª. vez.
- Membro do Fundo Municipal de }Cultura da Fundação Cultural de Curitiba - 3 vezes
- Mentora e gestora da SemeARTE Cultura
Meu Paraná eu faço
Jamil Snege (1939-2003)
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No cabo de uma enxada
no volante de um caminhão
na escola em construção
no risco de uma estrada
o meu Paraná eu traço.
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Sem desânimo e sem cansaço
vou semeando este chão.
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Vou aboiando o gado
colhendo a espiga madura
tirando da terra a feitura
nem que seja de um naco de pão.
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O meu Paraná eu planto.
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O pedaço que me cabe
seja de noite ou de dia
no campo ou na cidade
sol quente, maré fria
o meu pedaço eu garanto.
Na fábrica, na oficina
no escritório, na usina
não tem tempo ruim.
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Geada ou cerração
enchente ou estiada
na ponta da madrugada
já estou cuidando de mim.
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Que importa se a vida é dura…
amanso ela na canga
transformo usura em fartura
meto o peito, dou castigo
o meu Paraná eu brigo.
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Por isso eu digo, irmão
tome conta deste chão
garanta o seu pedaço…
assuma o seu quinhão.
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O meu Paraná somos todos
cada qual com sua parte
seu ofício e sua arte
repartindo o mesmo pão.
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2017